O vilarejo de Rocksvallow sempre fora um ótimo lugar para se viver. Ainda que não muito conhecida a cidade, bem sabiam disso os moradores dela.
Localizada adentro duma gigantesca floresta, atrás dos mais altos rochedos, a cidade era povoada quase que inteiramente por povos nativos, assim, devido à sua inacessibilidade. Vez por outra, surgidas de expedições desventuradas, em sua maioria biólogos, almas eram acolhidas pela população atenciosamente humana e conservadora.
O comércio era exclusivamente interno e, assim como este, o artesanato e outras atividades necessárias à sobrevivência de seus habitantes.
As casinhas eram bem arquitetadas, e as famílias bem posicionadas. Dizia a lenda que reinava sobre todos aqueles a normalidade humana; aqueles que não foram corrompidos com o passar do tempo.
Que mais não fosse, nesse dia, já era tarde da noite, quando veio a contradição a estes pobres pequeninos. Quem diria que, dentre tantas outras, Rocksvallow seria a primeira a conjurar verdade aos sonhos de uma criança; esta que residia do outro lado da gigantesca floresta.
Afora da casa, os curiosos eram pobremente iluminados pela penumbra da lua cheia, que pendia num céu obscuro e alagadiço. Suas pernas eram pouco a pouco tragadas pelo matagal que margeava a casa, assim, pelo fato da aproximação de todos.
Os rostos aflitos eram, vez por outra, delatados pelo tom prateado que dava, a eles, a lua. Uma destas faces era a de uma mãe que avança, rumo à casa, segurando a mão da filha, que nada entendera ao voto que todos davam à casa quase baldia. Seu rostinho comprimia-se à dúvida de cada passo, mas se transformou junto ao gritinho agudo que dera quase que involuntariamente, ao ouvir gritos que vinham da casa à frente deles.
— É a voz da Karoline, mamãe. Eu sei que é — disse, agora, um menino de cabelos loiros, que acabara de emergir das profundezas do mato.
— Deus tenha misericórdia — disse, mirando a única janela que delatava luz na casa; esta que estava posicionada no andar de cima. — Ora, veja lá seu pai. Vamos ter com ele.
O garoto, a menina e a mãe seguiram rasgando a brenha até alcançarem um homem magricela e alto fitando a janela acima deles. O pai destes possuía ondulados cabelos grisalhos, e seus olhos azuis claros reluziam ainda mais o luar, agora, muito mais intenso.
— Sabe o que deu a ela? Digo... para gemer assim? — Sussurrou o homem à mulher.
— Disseram que ela seguia esquisita. Perdida em si mesma. Marta andava morta de preocupações pela filha, então aconselhei-a a se desvencilhar disso.
— Mamãe, eu estou com medo — disse a garotinha, baixinho.
— Ora, deixe de bobagens, menina! Não há do que se ter medo — retrucou ela, e, ainda que insegura do que acabara de dizer, não poderia transmitir preocupações à filha tão nova como era.
Os quatro seguiram ali, agachados, até que um estrondo rugiu da porta dianteira da casa. Os dois adultos levantaram num solavanco, e puseram-se a capturar com os olhos o que havia de ter produzido o barulho. Eles olharam à direita, mas esta dava-lhes uma visão desprivilegiada dos fatos. A idéia inicial partiu do pai, e logo, lá estavam eles, todos correndo na direção da entrada da casa.
Já estavam prestes a virar a esquina da casa, o que daria a eles respostas às suas dúvidas, quando uma velha corpulenta desabou aos seus pés. A camisa era surrada, e vestia, também, uma saia marrom, os pés estavam descalços, mas quem a delatara fora seu cabelo armado e em tons de cinza.
— Sra. Mendes, a senhora está bem? — Adiantou-se a mãe das crianças.
— Ela está louca. Está logo ali, e louca — disparava ela, inteiramente assombrada.
— Quem... quem está louca? — Vacilou a mulher, agora acuada.
— Karoline! — E a voz da velha profanou os ouvidos daquela família.
Localizada adentro duma gigantesca floresta, atrás dos mais altos rochedos, a cidade era povoada quase que inteiramente por povos nativos, assim, devido à sua inacessibilidade. Vez por outra, surgidas de expedições desventuradas, em sua maioria biólogos, almas eram acolhidas pela população atenciosamente humana e conservadora.
O comércio era exclusivamente interno e, assim como este, o artesanato e outras atividades necessárias à sobrevivência de seus habitantes.
As casinhas eram bem arquitetadas, e as famílias bem posicionadas. Dizia a lenda que reinava sobre todos aqueles a normalidade humana; aqueles que não foram corrompidos com o passar do tempo.
Que mais não fosse, nesse dia, já era tarde da noite, quando veio a contradição a estes pobres pequeninos. Quem diria que, dentre tantas outras, Rocksvallow seria a primeira a conjurar verdade aos sonhos de uma criança; esta que residia do outro lado da gigantesca floresta.
Afora da casa, os curiosos eram pobremente iluminados pela penumbra da lua cheia, que pendia num céu obscuro e alagadiço. Suas pernas eram pouco a pouco tragadas pelo matagal que margeava a casa, assim, pelo fato da aproximação de todos.
Os rostos aflitos eram, vez por outra, delatados pelo tom prateado que dava, a eles, a lua. Uma destas faces era a de uma mãe que avança, rumo à casa, segurando a mão da filha, que nada entendera ao voto que todos davam à casa quase baldia. Seu rostinho comprimia-se à dúvida de cada passo, mas se transformou junto ao gritinho agudo que dera quase que involuntariamente, ao ouvir gritos que vinham da casa à frente deles.
— É a voz da Karoline, mamãe. Eu sei que é — disse, agora, um menino de cabelos loiros, que acabara de emergir das profundezas do mato.
— Deus tenha misericórdia — disse, mirando a única janela que delatava luz na casa; esta que estava posicionada no andar de cima. — Ora, veja lá seu pai. Vamos ter com ele.
O garoto, a menina e a mãe seguiram rasgando a brenha até alcançarem um homem magricela e alto fitando a janela acima deles. O pai destes possuía ondulados cabelos grisalhos, e seus olhos azuis claros reluziam ainda mais o luar, agora, muito mais intenso.
— Sabe o que deu a ela? Digo... para gemer assim? — Sussurrou o homem à mulher.
— Disseram que ela seguia esquisita. Perdida em si mesma. Marta andava morta de preocupações pela filha, então aconselhei-a a se desvencilhar disso.
— Mamãe, eu estou com medo — disse a garotinha, baixinho.
— Ora, deixe de bobagens, menina! Não há do que se ter medo — retrucou ela, e, ainda que insegura do que acabara de dizer, não poderia transmitir preocupações à filha tão nova como era.
Os quatro seguiram ali, agachados, até que um estrondo rugiu da porta dianteira da casa. Os dois adultos levantaram num solavanco, e puseram-se a capturar com os olhos o que havia de ter produzido o barulho. Eles olharam à direita, mas esta dava-lhes uma visão desprivilegiada dos fatos. A idéia inicial partiu do pai, e logo, lá estavam eles, todos correndo na direção da entrada da casa.
Já estavam prestes a virar a esquina da casa, o que daria a eles respostas às suas dúvidas, quando uma velha corpulenta desabou aos seus pés. A camisa era surrada, e vestia, também, uma saia marrom, os pés estavam descalços, mas quem a delatara fora seu cabelo armado e em tons de cinza.
— Sra. Mendes, a senhora está bem? — Adiantou-se a mãe das crianças.
— Ela está louca. Está logo ali, e louca — disparava ela, inteiramente assombrada.
— Quem... quem está louca? — Vacilou a mulher, agora acuada.
— Karoline! — E a voz da velha profanou os ouvidos daquela família.
(...)
30 comentários:
Adorei seu blog, os posts são bem inteligentes, e o visual...... maravilhosooooo, layout igual ao meu :)
Gostei bastante do texto. Eu quero saber se é de sua autoria ou se a proposta do seu blog é publicar fragmentos de obras já publicadas. Só curiosidade.
Olha eu por aqui novamente.... aproveitando para desejar um ótimo dia
Olá! O conto é envolvente. Consegue prender o leitor até o final. Pelo que li acho que ter continuação.
Abraço,
=]
-------------------
http://cafecomnoticias.blogspot.com
Não sei, mas acho que está nascendo uma paixão inevitável entre mim e seu blog. Isso aqui é muito bom!!!
E obrigada pelos seus comentários muito carinhosos!!
Me add no MSN: sintyzinha@hotmail.com
Muito boa a história .. é de sua autoria??
Se for parabéns vc tem o dom .. rss
Abç.
http://www.analucianicolau.adv.br
Pra quem curte uma boa leitura(assim como eu) teu blog é sensacional.E o layout é bem simples e funcional.Parabéns pelo blog.
Muito interessante a sua literatura cara! Descrições pertinentes e bons personagens.
abraço!
Willian Araújo
OpiniãOposta
www.opiniaoposta.blogspot.com
Ui, fiquei com meda e curiosaaaaa. Bjus
Caracas ... muito boa...fazia tempo que não lia um texto grande com tanta atenção ... !!!
Vou voltar aqui pra saber os próximos capítulos!
:D
http://damasdevermelho.blogspot.com
Muito bom mesmo! Muito envolvente e me prendeu até o final. Pelo que vi, tera continuação né?
abraço,
www.comideiaseideais.blogspot.com
haa to meio sem tempo para ler pq ta fechando o tempo aqui em casa da dando uns trovao mais de primeira vista o blog e muito legal vou voutar mais vezes aqui!!!
t+
falow
http://socialismobrasileiro.blogspot.com/
http://sorockeiros.blogspot.com/
oii td bem??nossa parabens muito bom seu blog escreve muito bem ótimo!
se cuida e uma ótima quarta abraço!
profundo... Lerei o resto e farei um comentário pertinente da obra completa, seria injusto julgar as partes quando não se conhece o todo.
nem me apresentei! Eu faço humor, gosto de rir do caos
ps: seu perfil é um ótimo marketing pessoal, sem sensacionalismos, diferente.
gostei dos seus post..
Hugo,logo de começo adorei a sua "descrição" muito boa mesmo.
e seu texto,sem comentários,eu li e me envolvi bastante,voltarei mais vezes. :]
EU DE NOVO!!!!Adoro ler livros.Maneiro teu blog.Sucesso
nossa!
mto bom seu blog
gostei da linguagem, de como seu texto se estrutura! mto bom ms
só um comentário desnecessário, acho q é o primeiro blog q vejo com texto justificado...
parabens!
e a propósito, não chega ser uma novela, tá mais pra um série...
escrevo com certa frequencia sim
às vezes dá um apagão, às vezes posto qse todos os dias. já viu como é inspiração né... volte mais vezes
flws
abçs
A descrição inicial do lugar... conquista de cara! Um ambiente pastoril, longe do tempo, das mudanças...
A histórias também tem esta coisa de prender, de deixar curiosos..
Gostei mesmo1
;D
bjus
Muito bom...
O nome do livro é "Os Primordianos"?
http://ofatorx.blogspot.com/
Gostei da história
tem continuação né?
abçs,
Achei o blog bacana por dois motivos
o primeiro sao os textos legais claro
o segundo é o fato do fundo nao ser preto
pq muitos blogs com texto colocam o fundo preto e isso é um sacoW
hauhauhau
parabens pelo blog
Nossa cara você escreve também!!!
Qualquer dia, se quiser trocar experiências...
ofatorx@gmail.com
continuaaaaaaa !
adorei :D
cara, o texto é teu ou é de outro autor, se for teu.. parabens pelas palavras e pela forma como tu conduziu...
não sei se tu assistiu, mas ficou bem semelhante ao filme "A VILA", se inspirou nele?
continuação quando?
pobre Karoline...!!!
abraços!
É difícil comentar "fragmentos", até porque você fica com vontade de ler mais! Agora não vou conseguir tirar da cabeça o vilarejo de Rocksvallow! O que terá acontecido? O que era o bendito barulho, Senhor? Isso não é instigar, é torturar com as palavras, Hugo Ceregato! Algo muito comum na obra de Clarice Lispector, só pra citar. Só que ela vai ainda mais fundo, pois as histórias dela terminam, mas deixam todo um rastro que é impossível limpar. Não estou dizendo que a literatura que você faz é ruim, não. Mas é que fico tão preso ao texto que, por mais que queria visionar o resto, não consigo. É anímico demais para explicar...
Envolvente. A forma como as situacoes sao descritas faz com que cada palavra seja degustada. Copntinu porque sempre venho lhe visitar.
Abrcs
Legal a história. Já virei seguidora, Parabéns.
Adorei seu blog!
Parabéns!
2BN!
2brothersnews.blogspot.com
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